Chegamos sem demora à minha casa graças à direção acelerada dele, sem dizer mais nenhuma palavra pelo caminho. Assim que ele estacionou na frente de minha casa, abri a porta, sem ousar olhá-lo, e quando estava prestes a sair do carro, ouvi sua voz dizer, extremamente trêmula de ódio:
- Não precisa se preocupar, nunca mais vou olhar na sua cara.
Virei meu rosto na direção dele, e vi que ele encarava algum ponto à sua frente, com os maxilares tensos e as veias do pescoço levemente saltadas. Suas mãos agarravam o volante, perigosamente fortes, o que só tornava sua ira ainda mais visível. Parecia que eu realmente tinha conseguido o que tanto queria, me livrar dele de uma vez por todas.
- Ótimo – murmurei, esperando a alegria imensa me dominar por aquele momento tão perfeito, que curiosamente parecia não querer chegar. Engoli em seco, sentindo meu olhar se tornar inseguro enquanto viajava por suas feições fechadas, e num movimento brusco, saí do carro, batendo a porta com uma certa força. Nem bem eu o fiz e Arthur já estava longe, acelerando assustadoramente depressa e fazendo meus cabelos voarem na direção do vento.
Observei a BMW se afastar rapidamente, sentindo uma coisa esquisita dentro de mim. Suspirei profundamente, agora com o olhar vago em meus pés, tentando reprimir aquela coisa ruim que insistia em se alastrar pelo meu corpo, me desanimando por completo.
Eu não podia estar triste, ele finalmente estava fora do meu caminho! Aquilo era tudo o que eu sempre quis desde a primeira vez em que o vi, e agora que tinha finalmente acontecido, eu não podia admitir que meu único sentimento fosse de remorso. Tudo que eu conseguia sentir era peso na consciência, decepção comigo mesma por ter sido injusta com uma pessoa que talvez não merecesse tanta crueldade. Afinal de contas, se não fosse por ele, os estragos de Saulo teriam sido imensuravelmente piores.
Fechei os olhos com força por um momento, desanuviando minha mente e me esforçando para parecer despreocupada. Me virei na direção de minha casa, tentando fingir que estava tudo bem, e a cada passo eu ficava mais convicta de uma coisa.
Não estava tudo bem.
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- Não precisa se preocupar, nunca mais vou olhar na sua cara.
Virei meu rosto na direção dele, e vi que ele encarava algum ponto à sua frente, com os maxilares tensos e as veias do pescoço levemente saltadas. Suas mãos agarravam o volante, perigosamente fortes, o que só tornava sua ira ainda mais visível. Parecia que eu realmente tinha conseguido o que tanto queria, me livrar dele de uma vez por todas.
- Ótimo – murmurei, esperando a alegria imensa me dominar por aquele momento tão perfeito, que curiosamente parecia não querer chegar. Engoli em seco, sentindo meu olhar se tornar inseguro enquanto viajava por suas feições fechadas, e num movimento brusco, saí do carro, batendo a porta com uma certa força. Nem bem eu o fiz e Arthur já estava longe, acelerando assustadoramente depressa e fazendo meus cabelos voarem na direção do vento.
Observei a BMW se afastar rapidamente, sentindo uma coisa esquisita dentro de mim. Suspirei profundamente, agora com o olhar vago em meus pés, tentando reprimir aquela coisa ruim que insistia em se alastrar pelo meu corpo, me desanimando por completo.
Eu não podia estar triste, ele finalmente estava fora do meu caminho! Aquilo era tudo o que eu sempre quis desde a primeira vez em que o vi, e agora que tinha finalmente acontecido, eu não podia admitir que meu único sentimento fosse de remorso. Tudo que eu conseguia sentir era peso na consciência, decepção comigo mesma por ter sido injusta com uma pessoa que talvez não merecesse tanta crueldade. Afinal de contas, se não fosse por ele, os estragos de Saulo teriam sido imensuravelmente piores.
Fechei os olhos com força por um momento, desanuviando minha mente e me esforçando para parecer despreocupada. Me virei na direção de minha casa, tentando fingir que estava tudo bem, e a cada passo eu ficava mais convicta de uma coisa.
Não estava tudo bem.
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