quarta-feira, 30 de novembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 4 / Parte 3 :

Estava tudo certo. Sophia tinha feito minha mãe acreditar que eu iria dormir na casa dela e que estaríamos nos divertindo tanto que ela não teria motivos pra me ligar. 
- Se de repente você for passar a noite lá ou algo do tipo, me avisa – Sophia sussurrou, assim que deixamos minha casa. Ela ia a pé até a dela, que não ficava muito longe da minha, e eu ia pra casa do sr. Borges, que ficava um pouco mais distante. 
- Eu vou tentar – respondi, sem graça – Obrigada por me ajudar, Sophia, de verdade. 
- Claro que eu vou te ajudar, eu ia gostar que você me ajudasse se estivesse no seu lugar! – ela riu, me dando um abraço – Vai lá, garota, e vê se toma cuidado! 
- Não precisa nem pedir – falei, enquanto cada uma seguia pra um lado. 
Eu caminhava nervosa pelas ruas, sem precisar me orientar muito. O prédio de Mica ficava num lugar por onde eu vivia passando, e com a explicação dele, ficava ainda mais fácil encontrá-lo. Após uns quinze minutos andando, finalmente cheguei ao edifício, que tinha um belo jardim em seu pátio. Não pude deixar de sorrir. Tinha lugar mais atraente pra um professor de biologia morar que um prédio com um jardim daqueles? 
A porta interna do prédio estava aberta, revelando um balcão de onde um porteiro deveria estar me observando, mas ele provavelmente estava ocupado com algum outro problema e não estava ali justo naquela hora. Toquei o interfone, ansiosa, e esperei por um bom tempo, sem receber resposta. Começando a ficar nervosa de verdade, ainda mais com o sumiço insistente do porteiro, toquei novamente, e nada. Suspirei profundamente, pensando no que fazer. Vai que eu tivesse chegado cedo demais e ele não estivesse em casa ainda? Ou quem sabe ele estivesse tomando banho? Me distraí imaginando Mica no chuveiro por alguns segundos, até ouvir uma voz dizer atrás de mim: 
- Espero que você goste de sorvete de flocos, ou então eu te deixei esperando pra nada. 
Me virei, assustada, e dei de cara com Mica. Ele carregava uma sacola com um pote retangular dentro, que eu logo reconheci como sendo sorvete, e sorria daquele seu jeito despojado e lindo pra mim. Estava vestindo uma blusinha simples de algodão, uma bermuda cinza e chinelos, típica roupa de quem estava em casa há dois minutos atrás. 
- Claro que gosto – respondi, sorrindo de volta pra ele – Não me diga que você foi comprar sorvete só por minha causa. 
- Eu não costumo receber adolescentes em casa, então pensei que ter um pote de sorvete me faria parecer mais… Jovem, talvez? – ele riu, e eu revirei os olhos, ainda sorrindo. Mica não precisava de mais nada pra parecer mais jovem, seu corpo e seu jeito lhe davam a aparência de um cara de 20 anos. Um belo cara de 20 anos, por sinal. 
Ele abriu a porta e eu o segui até o interior do prédio, dando de cara com um rapaz que pelo uniforme devia ser o porteiro, caminhando na direção do balcão. 
- Oi, Andy – Mica sorriu, enquanto o rapaz se sentava na cadeira que havia atrás do balcão. 
- Olá, sr. Borges – o porteiro respondeu, com um sorrisinho cordial, e logo depois pousando seus olhos em mim – Boa tarde, senhorita. 
Sorri fraco pra ele e respondi seu cumprimento com um aceno de cabeça, com medo do que ele poderia pensar de mim. Não é normal um homem de 30 anos aparecer acompanhado de uma garota de 17, ainda mais no prédio dele. 
- Esta é Roberta, aquela minha sobrinha de quem eu te falei – ouvi Mica dizer, na maior cara de pau, me indicando com um gesto – Este é Andy, o porteiro, como você já deve ter notado.
- Muito prazer – Andy assentiu, aparentemente engolindo a mentira. Claro, a semelhança entre nós era inegável. Quem dera ser tão bonita quanto o sr. Borges. 
- Bom, até mais – Mica se despediu, me puxando pela mão até as escadarias do prédio. 
- Bela desculpa, tio – sussurrei, rindo enquanto subíamos os degraus depressa. Ele apenas me olhou, com um sorriso de canto e uma carinha de quem tinha aprontado. 
Mais alguns degraus depois e chegamos ao seu apartamento, que ficava no primeiro andar. Não era um imóvel muito grande, mas era mais que suficiente pra uma pessoa só. Me surpreendi com a organização da casa, tudo estava arrumadinho demais pra um cara que morava sozinho (o que só reforçou minha opinião de que Mica era todo certinho). 
- Só deixa eu colocar esse sorvete no congelador pra gente tomar depois – ele pediu, correndo até a cozinha e me deixando na sala. Dei uma olhada rápida pelo cômodo, reparando nos detalhes básicos, tipo a decoração em tons de verde, e não demorei muito a sentir os braços dele envolvendo minha cintura por trás de mim. 
- Gostei daqui – eu murmurei, arrepiada da cabeça aos pés ao senti-lo cheirar e beijar de leve meu pescoço. 
- Esse apartamento é novo – ele comentou, colocando o queixo em meu ombro – Não faz nem dois anos que eu me mudei pra cá. É bem confortável, apesar de não ser tão grande. 
Me virei de frente pra ele, abraçando-o pelo pescoço, e sorri, entorpecida por aquele perfume masculino maravilhoso. 
- Fiquei muito feliz pelo convite – falei, recebendo um beijinho de esquimó dele – Obrigada por me deixar conhecer sua casa. 
- Acredite, a felicidade é toda minha por você estar aqui – Mica sorriu, me encarando profundamente – Só de saber que estamos seguros, sem termos que nos esconder de ninguém, já é um alívio enorme. 
Ele deslizou as mãos dos meus quadris até a lateral das minhas coxas, unindo nossas testas. Me apoiei em seus ombros, e num movimento rápido, envolvi sua cintura com minhas pernas, fazendo com que ele me carregasse. Sorrindo de um jeito danado, eu o beijei, enquanto ele dava alguns passos até me prensar contra a parede. Pressionando seu corpo contra o meu,Mica parecia estar muito mais solto do que na escola, embrenhando suas mãos nos meus cabelos e agarrando-os com força. 
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