E foi naquele mundo deserto e sem vida que minha mente finalmente foi capaz de enxergar todas as dúvidas que me preenchiam pela perspectiva certa, e tomou o controle sobre meu coração, impedindo-o de gritar por mais que a dor o dilacerasse.
Foi naquele momento, com os lábios de Mica grudados aos meus, envolta em todo o seu carinho e amor, que eu finalmente tomei minha decisão.
Fui a primeira a cruzar a porta de minha classe, assim que o sinal indicou o fim da última aula, matemática, da qual eu não entendi absolutamente nada. Assim como não entendi nada de nenhuma outra aula, ou de qualquer outro acontecimento ao meu redor. Se eu dissesse que, durante o resto da manhã, escapei por pelo menos dois segundos do domínio extremamente possessivo de minha mente, onde estive mergulhada em seu ponto mais fundo, estaria mentindo. E nem precisei me forçar a fazer isso; meu inconsciente sabia muito bem que se permitisse um único instante de distração de meu foco, meu coração voltaria a me comandar, retomando o controle que agora era de minha razão. E eu não podia mais me permitir o direito da dúvida.
Desci rapidamente as escadas do prédio, aproveitando-me do fluxo ainda praticamente inexistente de pessoas por ali, e caminhei o mais rápido que pude até meus pés encontrarem os degraus que minha sanidade tanto temia. Subi-os com toda a agilidade que pude, já que minhas pernas se recusavam a colaborar e meu coração insistia em bater tão forte que parecia querer se libertar de meu peito, declarando sua irritação por ser ignorado. Andei com passos trêmulos até meu objetivo, sentindo meus pulmões expelirem todo o ar existente neles e trancarem suas portas para que mais oxigênio entrasse. Minha mente podia estar no controle, mas meu coração tinha suas formas de tentar me impedir de segui-la. E mesmo que parte de mim concordasse com ele e não quisesse fazer aquilo, a pouca sensatez que ainda me restava admitia que eu não podia mais adiar essa atitude se quisesse ter um pouco de paz.
Envolvi a gélida maçaneta de ferro com minha mão, apertando-a e tentando me manter calma e consciente. Respirei fundo, conseguindo fazer com que o mínimo de ar inflasse meus pulmões, e entrei no laboratório, sem nem me dar ao trabalho de pensar se ainda havia alguma turma tendo aula. Eu sabia que o único dia no qual o laboratório de biologia era usado durante o último tempo era no dia da aula de minha classe. Só me restava saber se quem eu procurava ainda estava lá.
O que não demorei a descobrir.
Foi naquele momento, com os lábios de Mica grudados aos meus, envolta em todo o seu carinho e amor, que eu finalmente tomei minha decisão.
Fui a primeira a cruzar a porta de minha classe, assim que o sinal indicou o fim da última aula, matemática, da qual eu não entendi absolutamente nada. Assim como não entendi nada de nenhuma outra aula, ou de qualquer outro acontecimento ao meu redor. Se eu dissesse que, durante o resto da manhã, escapei por pelo menos dois segundos do domínio extremamente possessivo de minha mente, onde estive mergulhada em seu ponto mais fundo, estaria mentindo. E nem precisei me forçar a fazer isso; meu inconsciente sabia muito bem que se permitisse um único instante de distração de meu foco, meu coração voltaria a me comandar, retomando o controle que agora era de minha razão. E eu não podia mais me permitir o direito da dúvida.
Desci rapidamente as escadas do prédio, aproveitando-me do fluxo ainda praticamente inexistente de pessoas por ali, e caminhei o mais rápido que pude até meus pés encontrarem os degraus que minha sanidade tanto temia. Subi-os com toda a agilidade que pude, já que minhas pernas se recusavam a colaborar e meu coração insistia em bater tão forte que parecia querer se libertar de meu peito, declarando sua irritação por ser ignorado. Andei com passos trêmulos até meu objetivo, sentindo meus pulmões expelirem todo o ar existente neles e trancarem suas portas para que mais oxigênio entrasse. Minha mente podia estar no controle, mas meu coração tinha suas formas de tentar me impedir de segui-la. E mesmo que parte de mim concordasse com ele e não quisesse fazer aquilo, a pouca sensatez que ainda me restava admitia que eu não podia mais adiar essa atitude se quisesse ter um pouco de paz.
Envolvi a gélida maçaneta de ferro com minha mão, apertando-a e tentando me manter calma e consciente. Respirei fundo, conseguindo fazer com que o mínimo de ar inflasse meus pulmões, e entrei no laboratório, sem nem me dar ao trabalho de pensar se ainda havia alguma turma tendo aula. Eu sabia que o único dia no qual o laboratório de biologia era usado durante o último tempo era no dia da aula de minha classe. Só me restava saber se quem eu procurava ainda estava lá.
O que não demorei a descobrir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário