Mas meu coração parecia arder em chamas quando tais pensamentos me dominavam. Ele pulsava fortemente contra meus pulmões, ameaçando explodir diante de tamanho absurdo. Cada músculo de meu corpo doía ao imaginá-lo longe de mim, sem poder tocá-lo, abraçá-lo, sentir a atmosfera contagiante de alegria que o cercava, sem poder enxergar através de suas íris sempre tão radiantes… Eu já não conseguia mais me lembrar de como era minha vida antes dele, do que eu fazia antes dele, em que eu pensava antes dele. Provavelmente, pensava nele, só que de maneira muito menos íntima que agora. O que só ajuda a comprovar o fato de que antes mesmo de ocupar um espaço tão grande na minha vida, ele já era parte de mim.
Como eu nunca fui boa em ouvir minha consciência, meu coração sempre acabava vencendo, falando mais alto e abafando os murmúrios de minha mente. E era por esse motivo que eu continuava abraçando-o com força, chorando contra seu peito e molhando sua camiseta. Eu precisava dele ao meu lado. Eu era egoísta, inescrupulosa demais para fazer a coisa certa e abrir mão dele. Eu o amava. Mesmo que houvesse outro amor crescendo a cada segundo dentro de mim, numa velocidade que eu jamais poderia imaginar ser possível.
- Awn, Roberta – Mica suspirou ruidosamente, parecendo bastante aliviado, e eu pude sentir seus músculos relaxarem um pouco – Eu também estava com saudade, mas… Não precisava me assustar desse jeito! Quer me matar do coração, é, tampinha?
Sua voz não era de repreensão, e sim, de alívio. Com esforço, contive o choro, enxugando minhas lágrimas rapidamente, e voltei a encará-lo, sentindo-me trêmula e tonta.
- Me desculpe – soprei, tentando secar as manchas de minhas lágrimas em sua blusa, sem o menor sucesso, para evitar contato visual – Eu acho que estou um pouco… Sensível demais.
- Tudo bem, amor, eu entendo – ele sorriu docemente, enxugando uma última lágrima teimosa de minha bochecha – Não se preocupe com isso.
O sinal tocou, indicando o fim do intervalo, e meu estômago revirou de leve em alívio. Mica fez uma careta mal educada, me fazendo sorrir fraco, e murmurou:
- Droga. Temos que ir.
- É – funguei baixinho, fazendo a melhor cara de resignação que foi possível – Mas tudo bem. Pelo menos matamos um pouco da saudade.
- Um pouco? Isso aqui não deu pra quase nada! – ele resmungou, emburrado – Aliás, vinte minutos não são absolutamente nada… Vou propor intervalos de uma hora na próxima reunião de professores.
- Boa sorte – sorri quase tristemente, achando sua carinha muito fofa – Mas enquanto ela não chega, temos que nos conformar com vinte minutos.
- É, acho que temos – Mica murmurou, fazendo beicinho - Posso pedir só mais um beijinho antes de irmos?
Ergui meus olhos ainda bastante úmidos e secretamente cheios de dor até os dele, e Mica olhou fundo neles, como se tentasse ultrapassar a barreira misteriosa que eu havia construído para ocultar meus erros. Não sei o que ele viu em minhas íris; só sei que um sorriso lindo e discreto surgiu em seu rosto, e sem esperar resposta, ele venceu a distância restante entre nossos lábios, me levando para seu mundo feliz, que agora, me parecia simplesmente vazio.
Como eu nunca fui boa em ouvir minha consciência, meu coração sempre acabava vencendo, falando mais alto e abafando os murmúrios de minha mente. E era por esse motivo que eu continuava abraçando-o com força, chorando contra seu peito e molhando sua camiseta. Eu precisava dele ao meu lado. Eu era egoísta, inescrupulosa demais para fazer a coisa certa e abrir mão dele. Eu o amava. Mesmo que houvesse outro amor crescendo a cada segundo dentro de mim, numa velocidade que eu jamais poderia imaginar ser possível.
- Awn, Roberta – Mica suspirou ruidosamente, parecendo bastante aliviado, e eu pude sentir seus músculos relaxarem um pouco – Eu também estava com saudade, mas… Não precisava me assustar desse jeito! Quer me matar do coração, é, tampinha?
Sua voz não era de repreensão, e sim, de alívio. Com esforço, contive o choro, enxugando minhas lágrimas rapidamente, e voltei a encará-lo, sentindo-me trêmula e tonta.
- Me desculpe – soprei, tentando secar as manchas de minhas lágrimas em sua blusa, sem o menor sucesso, para evitar contato visual – Eu acho que estou um pouco… Sensível demais.
- Tudo bem, amor, eu entendo – ele sorriu docemente, enxugando uma última lágrima teimosa de minha bochecha – Não se preocupe com isso.
O sinal tocou, indicando o fim do intervalo, e meu estômago revirou de leve em alívio. Mica fez uma careta mal educada, me fazendo sorrir fraco, e murmurou:
- Droga. Temos que ir.
- É – funguei baixinho, fazendo a melhor cara de resignação que foi possível – Mas tudo bem. Pelo menos matamos um pouco da saudade.
- Um pouco? Isso aqui não deu pra quase nada! – ele resmungou, emburrado – Aliás, vinte minutos não são absolutamente nada… Vou propor intervalos de uma hora na próxima reunião de professores.
- Boa sorte – sorri quase tristemente, achando sua carinha muito fofa – Mas enquanto ela não chega, temos que nos conformar com vinte minutos.
- É, acho que temos – Mica murmurou, fazendo beicinho - Posso pedir só mais um beijinho antes de irmos?
Ergui meus olhos ainda bastante úmidos e secretamente cheios de dor até os dele, e Mica olhou fundo neles, como se tentasse ultrapassar a barreira misteriosa que eu havia construído para ocultar meus erros. Não sei o que ele viu em minhas íris; só sei que um sorriso lindo e discreto surgiu em seu rosto, e sem esperar resposta, ele venceu a distância restante entre nossos lábios, me levando para seu mundo feliz, que agora, me parecia simplesmente vazio.
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