segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

WEB LuAr - Capítulo 27 / Parte 2 :

- Nada, oras – dei de ombros, como se não o tivesse visto há cerca de vinte e quatro horas (nu) – Você sabe que ele é doido, deve ter cheirado gatinhos demais e decidiu me dar oi assim, do nada. 
Ela ergueu uma sobrancelha, desconfiada, e eu mantive minha expressão inocente, até que ela se deu por convencida. 
- Tô de olho em você, viu, Messi? – ela avisou, e o sinal tocou logo em seguida, abafando meu riso um pouco tenso. Ter Sophia Abrahão, a reencarnação de Sherlock Holmes, na minha cola não era exatamente um fator tranqüilizante. 

As três primeiras aulas passaram mais rápido que o esperado, e quando me dei conta disso, já estava caminhando rumo ao pátio para o intervalo. Meu coração começou a bater descompassado ao me lembrar do que havia combinado para aquele momento, e meus olhos procuravam por Mica no meio da bagunça de gente, apreensivos e temerosos. Eu queria muito vê-lo, mas ao mesmo tempo, desejava poder me manter trancada no banheiro até o sinal tocar e eu ter que retornar à classe. 
- Lá vai ela tirar o atraso – Sophia murmurou ao notar meu jeito tenso, e eu mostrei a língua, forjando um bom humor muito fajuto. Mal sabia ela que atraso sexual era a última coisa da qual eu sofreria enquanto Thur existisse, mas eu preferia me manter bem longe de pensamentos como esse. 
Descemos as escadas com o fluxo de alunos, e assim que chegamos ao primeiro andar, vi Mica parado ao lado do bebedouro, cumprimentando alguns idiotas do segundo ano que passaram. Ele sorriu assim que me viu, e eu não pude evitar fazer o mesmo. Olhei rapidamente para Sophia, recebendo um sorriso de incentivo dela, e fui até o banheiro feminino, que ficava ao lado do bebedouro, só para despistar o resto dos alunos. Fiquei me olhando no espelho por algum tempo, mal conseguindo disfarçar meu nervosismo ao forjar uma arrumada no cabelo, enquanto ele fingia amarrar os tênis demoradamente. 
Em poucos segundos, o corredor e as escadas ficaram praticamente desertos, e ele assentiu para mim. Caminhamos depressa (aliás, ele me arrastou corredor abaixo porque minhas pernas estavam um pouco bambas e lentas em relação às dele) em direção à sala que sempre ficava vazia naquele andar àquele horário, e assim que nos trancamos dentro dela, senti Mica envolver minha cintura com força num abraço apertado. Atirei meus braços ao redor de seu pescoço devagar, e fechei os olhos, torturada. Como um abraço podia ser tão bom e doloroso ao mesmo tempo? 
- Oi! – ele murmurou, erguendo-me do chão e beijando a curva de meu pescoço demoradamente. 
- Oi – repeti, respirando fundo para encher meus pulmões com seu perfume e sentindo meu coração quase explodir de alegria, e ao mesmo tempo, de tristeza, por finalmente poder abraçá-lo. 
- Como é bom estar de volta – Mica sorriu, colocando-me no chão e pela primeira vez olhando em meus olhos sem ter que disfarçar seus verdadeiros sentimentos – E é melhor ainda poder encostar em você de novo! 
- Eu que o diga – sorri o mais intensamente possível, segurando seu rosto com minhas mãos, e logo em seguida, nossos lábios colidiram com avidez, dando espaço para que nossas línguas se unissem, cheias de saudade. Não havia como definir aquele beijo; era um equilíbrio entre delicadeza e brutalidade, pressa e calma, amor e tesão, mas ao mesmo tempo, conseguia ser tudo isso junto. Preferi deixar o peso alucinante da culpa e do remorso de fora dessa definição; já não é novidade alguma que eu sou uma garota dividida entre o paraíso e o inferno. 
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Talvez não poste amanhã pq vou ficar na casa do meu pai Amores por isso postei + 2 hoje.

Bjssss

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