Pois é. Maria parecia ser exatamente esse tipo de pessoa. E eu era o tipo de babaca que se deixava acordar por gente como ela. Você pode até tentar me consolar dizendo que eu provavelmente não era o único cara a ser acordado por sua acompanhante naquele dia, e eu te respondo que tal fato não me consola nem um pouco.
Aposto que Roberta ainda estava dormindo, mal se preocupando com futilidades como bailes de primavera. Pra que programar o dia todo ao redor de uma festa idiota, sendo que em pouco mais de meia hora ela já poderia estar magnífica dentro de qualquer roupa?
Soltei um suspiro levemente irritado comigo mesmo por minha capacidade de desviar meus pensamentos para ela com tamanha facilidade. Calma, Aguiar, desse jeito não vai sobreviver até a noite. Seu coração de trinta anos não resiste ao mesmo ritmo frenético de dez anos atrás, apesar de ser perfeitamente saudável e acostumado a situações como essa.
- Ahn… Sei lá, Maria, se vira – respondi, retornando ao assunto com certa dificuldade de concentração e sentindo os últimos vestígios de minha bondade se esvaírem rapidamente – Agora se me der licença, vou voltar a dormir.
- Mas Thur… – ouvi Maria protestar, com sua típica voz de biscate revoltada, mas não a dei chance de continuar.
- E não corra o risco de quebrar suas unhas tentando me ligar de novo, porque eu vou desligar o celular. Siga meu exemplo e volte a dormir também, pelo bem da humanidade.
Com um sorriso sacana no rosto e sem ouvir mais uma palavra sequer, encerrei a ligação, colocando o aparelho no modo silencioso logo em seguida. Um homem sempre precisava de um pouco de paz após um diálogo tão desgastante com Maria, e eu estava prestes a ter o meu.
Ou pelo menos tentar tê-lo.
Mesmo voltando a me acomodar confortavelmente entre meus lençóis, o sono já me parecia distante. Meus olhos se recusavam a fechar, e uma leve agitação havia se alojado em meu estômago, arrancando suspiros tensos de meus pulmões vez ou outra. Abracei um de meus travesseiros, com a intenção de descarregar um pouco de minha inquietação repentina na força de meu aperto. Em vão.
Aposto que Roberta ainda estava dormindo, mal se preocupando com futilidades como bailes de primavera. Pra que programar o dia todo ao redor de uma festa idiota, sendo que em pouco mais de meia hora ela já poderia estar magnífica dentro de qualquer roupa?
Soltei um suspiro levemente irritado comigo mesmo por minha capacidade de desviar meus pensamentos para ela com tamanha facilidade. Calma, Aguiar, desse jeito não vai sobreviver até a noite. Seu coração de trinta anos não resiste ao mesmo ritmo frenético de dez anos atrás, apesar de ser perfeitamente saudável e acostumado a situações como essa.
- Ahn… Sei lá, Maria, se vira – respondi, retornando ao assunto com certa dificuldade de concentração e sentindo os últimos vestígios de minha bondade se esvaírem rapidamente – Agora se me der licença, vou voltar a dormir.
- Mas Thur… – ouvi Maria protestar, com sua típica voz de biscate revoltada, mas não a dei chance de continuar.
- E não corra o risco de quebrar suas unhas tentando me ligar de novo, porque eu vou desligar o celular. Siga meu exemplo e volte a dormir também, pelo bem da humanidade.
Com um sorriso sacana no rosto e sem ouvir mais uma palavra sequer, encerrei a ligação, colocando o aparelho no modo silencioso logo em seguida. Um homem sempre precisava de um pouco de paz após um diálogo tão desgastante com Maria, e eu estava prestes a ter o meu.
Ou pelo menos tentar tê-lo.
Mesmo voltando a me acomodar confortavelmente entre meus lençóis, o sono já me parecia distante. Meus olhos se recusavam a fechar, e uma leve agitação havia se alojado em meu estômago, arrancando suspiros tensos de meus pulmões vez ou outra. Abracei um de meus travesseiros, com a intenção de descarregar um pouco de minha inquietação repentina na força de meu aperto. Em vão.
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