Acho que nunca me senti tão bem por ter Arthur Aguiar por perto. O cara estranho arregalou levemente os olhos ao vê-lo sair do colégio e se aproximar de mim, e seu sorrisinho simplesmente desapareceu de seu rosto, dando lugar a um certo pânico.
- Ah… Não sabia que a moça tava acompanhada – ele balbuciou, dando discretos passos pra trás.
- Pois é, mas agora sabe - o sr. Aguiar disse, sem perder a firmeza na voz – Pode ir tomando seu rumo.
Sem dizer mais nada, o garoto assentiu depressa, um pouco assustado pela atitude intimidante do sr. Aguiar, e saiu andando sem nem olhar pra trás. Continuei paralisada onde estava, seguindo-o com o olhar até perdê-lo de vista, e só então consegui respirar novamente.
- Você conhece esse rapaz? – Arthur perguntou, ainda me abraçando firmemente. Ergui meu olhar até ele, que estava com a expressão fechada e os olhos fixos na direção que o rapaz tomou, e respondi, inalando sem querer o perfume que eu tentei evitar o dia inteiro:
- Nunca o vi na vida.
Ele assentiu devagar e me olhou, sem mudar de expressão. Meu cérebro entrou em conflito com meu coração assim que os traços do professor Aguiar, mal iluminados pela luz fraca da rua, entraram no meu campo de visão, devido aos meus batimentos cardíacos subitamente acelerados. Eu já sabia que ele era bonito, mas talvez a gratidão por ele ter aparecido e afastado aquele cara o estavam tornando ainda mais lindo naquele momento.
- Aqui é muito perigoso quando escurece – ele falou, com a voz de um pai super protetor dando sermão na filha – Cadê a sua mãe?
- J-já tá vindo – gaguejei, meio distraída com o rosto dele (me deixa, ele nunca tinha feito aquela cara de preocupado pra mim antes, dá uma trégua) – O que o senhor ainda tava fazendo aqui?
- Fui até o meu armário buscar uns relatórios que tenho que corrigir pra amanhã - ele respondeu, voltando a olhar pra rua com certa impaciência – Sabe se sua mãe vai demorar?
- Ela já está no caminho, logo chega – eu disse, desviando meu olhar dele pra ponta de meus tênis levemente sujos de terra.
- É melhor ela não demorar mesmo, tô morrendo de frio aqui – o sr. Aguiar comentou, com as sobrancelhas erguidas num tom autoritário. Ergui meu olhar pra ele novamente após alguns segundos de silêncio, inconformada com a capacidade que ele tinha de ser desagradável em todos os momentos.
- Não pedi pra você ficar – falei, mesmo sabendo que era realmente perigoso ficar sozinha ali àquela hora – Pode ir embora se quiser.
Arthur soltou um risinho debochado e me olhou, parecendo indignado com a minha resposta atravessada.
- Não sei por que eu ainda perco meu tempo com você, Messi – ele riu, sem humor algum, e tirou seu braço dos meus ombros com certa violência. Me encolhi um pouco, sentindo o vento frio voltar a soprar na região onde antes o casaco quentinho dele cobria, e o observei se afastar, indo em direção à sua moto, estacionada perto de uma árvore que só deixava seu pneu dianteiro visível de onde eu estava. Não acredito que ele estava mesmo indo embora. Cagão.
Ele colocou o capacete pelo caminho e não demorou a arrancar com a moto, realmente me deixando sozinha naquela rua mal iluminada e fria. A simples hipótese de agradecê-lo por ter afastado aquele marginal, que tinha crescido um pouco, tornou-se totalmente inaceitável de novo. Idiota, bunda mole, grosso, sem educação. Mica jamais me deixaria sozinha naquele lugar, tenho certeza.
- Ah… Não sabia que a moça tava acompanhada – ele balbuciou, dando discretos passos pra trás.
- Pois é, mas agora sabe - o sr. Aguiar disse, sem perder a firmeza na voz – Pode ir tomando seu rumo.
Sem dizer mais nada, o garoto assentiu depressa, um pouco assustado pela atitude intimidante do sr. Aguiar, e saiu andando sem nem olhar pra trás. Continuei paralisada onde estava, seguindo-o com o olhar até perdê-lo de vista, e só então consegui respirar novamente.
- Você conhece esse rapaz? – Arthur perguntou, ainda me abraçando firmemente. Ergui meu olhar até ele, que estava com a expressão fechada e os olhos fixos na direção que o rapaz tomou, e respondi, inalando sem querer o perfume que eu tentei evitar o dia inteiro:
- Nunca o vi na vida.
Ele assentiu devagar e me olhou, sem mudar de expressão. Meu cérebro entrou em conflito com meu coração assim que os traços do professor Aguiar, mal iluminados pela luz fraca da rua, entraram no meu campo de visão, devido aos meus batimentos cardíacos subitamente acelerados. Eu já sabia que ele era bonito, mas talvez a gratidão por ele ter aparecido e afastado aquele cara o estavam tornando ainda mais lindo naquele momento.
- Aqui é muito perigoso quando escurece – ele falou, com a voz de um pai super protetor dando sermão na filha – Cadê a sua mãe?
- J-já tá vindo – gaguejei, meio distraída com o rosto dele (me deixa, ele nunca tinha feito aquela cara de preocupado pra mim antes, dá uma trégua) – O que o senhor ainda tava fazendo aqui?
- Fui até o meu armário buscar uns relatórios que tenho que corrigir pra amanhã - ele respondeu, voltando a olhar pra rua com certa impaciência – Sabe se sua mãe vai demorar?
- Ela já está no caminho, logo chega – eu disse, desviando meu olhar dele pra ponta de meus tênis levemente sujos de terra.
- É melhor ela não demorar mesmo, tô morrendo de frio aqui – o sr. Aguiar comentou, com as sobrancelhas erguidas num tom autoritário. Ergui meu olhar pra ele novamente após alguns segundos de silêncio, inconformada com a capacidade que ele tinha de ser desagradável em todos os momentos.
- Não pedi pra você ficar – falei, mesmo sabendo que era realmente perigoso ficar sozinha ali àquela hora – Pode ir embora se quiser.
Arthur soltou um risinho debochado e me olhou, parecendo indignado com a minha resposta atravessada.
- Não sei por que eu ainda perco meu tempo com você, Messi – ele riu, sem humor algum, e tirou seu braço dos meus ombros com certa violência. Me encolhi um pouco, sentindo o vento frio voltar a soprar na região onde antes o casaco quentinho dele cobria, e o observei se afastar, indo em direção à sua moto, estacionada perto de uma árvore que só deixava seu pneu dianteiro visível de onde eu estava. Não acredito que ele estava mesmo indo embora. Cagão.
Ele colocou o capacete pelo caminho e não demorou a arrancar com a moto, realmente me deixando sozinha naquela rua mal iluminada e fria. A simples hipótese de agradecê-lo por ter afastado aquele marginal, que tinha crescido um pouco, tornou-se totalmente inaceitável de novo. Idiota, bunda mole, grosso, sem educação. Mica jamais me deixaria sozinha naquele lugar, tenho certeza.
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