Continuei sentada por alguns minutos, encarando os lençóis bagunçados ao meu redor. Meus sentimentos estavam remexidos, misturados, fundidos numa grande bola de neve. Ainda meio em transe, fiquei de pé e peguei meu vestido, colocando-o facilmente. Assim que o tecido deslizou pelo meu rosto, pude sentir o perfume masculino dele impregnado na roupa. Provavelmente ele tinha ido parar ali quando Arthur me carregou até o apartamento ontem.
Por um segundo, imaginei como teria sido pra ele ter me visto daquele jeito. Vulnerável, indefesa, desmaiada, totalmente sob o comando dele. Me lembrei do que ele tinha dito sobre resistir àquela situação, e estremeci de medo. Estranhamente, não de medo dele, e sim pelo fato de não estar consciente e não ter noção do que se passava ao meu redor. Eu odiava essa sensação. E por pior que aquilo pudesse parecer, eu tive a intuição de que ele não tinha me feito nada de mal. Se tivesse, estaria jogando na minha cara que conseguiu o que tanto queria, e não o contrário. Me sentei novamente na beirada da cama e calcei meus tênis que estavam ao lado da cama, ainda pensativa. Peguei minha bolsa, que estava sobre o criado-mudo, e após verificar rapidamente se tudo estava em seu devido lugar dentro dela, deixei o quarto, procurando por Arthur, encontrando-o no cômodo ao lado.
Parei à porta aberta, me deparando com uma única parede azul em meio às outras três brancas, uma cama tão grande quanto a que eu tinha dormido, já arrumada, e um par de ombros nus e muito bem definidos. Sem querer, meu olhar se demorou nessa última parte em especial. Arthur, que estava virado de costas pra mim enquanto desvirava sua blusa do avesso, virou apenas a cabeça na minha direção, e encarou meus olhos confusos com uma certa indiferença.
- Se sente melhor agora que está vestida? – ele perguntou secamente, voltando sua atenção pra blusa em suas mãos e vestindo-a num segundo. Por um momento eu quis responder que preferia estar de roupas íntimas, desde que ele também estivesse.
- Sim, muito – respondi enfatizando a última palavra, abafando a onda de calor que subitamente percorreu meu corpo e tentando ignorar o fato de que meu vestido cheirava maravilhosamente bem devido ao seu perfume e fazia questão de me lembrar disso cada vez que eu respirava.
- Ótimo – Arthur acrescentou com a mesma indiferença de antes, ficando de frente pra mim – Então vamos.
Franzi a testa quando ele caminhou na minha direção, bagunçando de leve os cabelos com as pontas dos dedos e novamente evitando meu olhar, e eu preferi não continuar olhando-o e acabar demonstrando minha súbita hipnose na expressão.
- Vamos? Pra onde? – questionei, enquanto ele passava por mim, aproximando perigosamente seu abdômen sarado de meu corpo.
- Eu vou te levar até a sua casa – ele respondeu, ainda daquele jeito duro, como se o que ele dizia fosse totalmente óbvio - Pelo que sua mãe me explicou, você mora um pouco longe daqui, então eu pensei que uma carona de carro seria útil.
Arregalei meus olhos, sentindo minha garganta secar. Ele tinha falado com a minha mãe? Como? Quando? Onde?
- Antes que você comece com as suas perguntas, sim, eu falei com ela – ele leu minha mente, parecendo impaciente ao ver o choque em minha expressão – Não ia deixá-la preocupada com o seu paradeiro, ela não parava de ligar pro seu celular e eu resolvi atender. Mas fique tranqüila, eu expliquei tudo o que aconteceu e ela acreditou na minha versão da história. Ficou bem mais calma sabendo que você está em boas mãos.
Continuei encarando-o, sem saber o que pensar. Que versão da história seria aquela que faria minha mãe se acalmar diante de meu sumiço? Se antes eu estava confusa, agora meus neurônios pareciam ter dado vários nós cegos entre si. Arthur Aguiar falando com a minha mãe… Dói só de tentar imaginar uma cena tão estranha. E desde quando as mãos dele eram boas mãos? Minha mãe realmente não tinha noção dos horrores que dizia.
Por um segundo, imaginei como teria sido pra ele ter me visto daquele jeito. Vulnerável, indefesa, desmaiada, totalmente sob o comando dele. Me lembrei do que ele tinha dito sobre resistir àquela situação, e estremeci de medo. Estranhamente, não de medo dele, e sim pelo fato de não estar consciente e não ter noção do que se passava ao meu redor. Eu odiava essa sensação. E por pior que aquilo pudesse parecer, eu tive a intuição de que ele não tinha me feito nada de mal. Se tivesse, estaria jogando na minha cara que conseguiu o que tanto queria, e não o contrário. Me sentei novamente na beirada da cama e calcei meus tênis que estavam ao lado da cama, ainda pensativa. Peguei minha bolsa, que estava sobre o criado-mudo, e após verificar rapidamente se tudo estava em seu devido lugar dentro dela, deixei o quarto, procurando por Arthur, encontrando-o no cômodo ao lado.
Parei à porta aberta, me deparando com uma única parede azul em meio às outras três brancas, uma cama tão grande quanto a que eu tinha dormido, já arrumada, e um par de ombros nus e muito bem definidos. Sem querer, meu olhar se demorou nessa última parte em especial. Arthur, que estava virado de costas pra mim enquanto desvirava sua blusa do avesso, virou apenas a cabeça na minha direção, e encarou meus olhos confusos com uma certa indiferença.
- Se sente melhor agora que está vestida? – ele perguntou secamente, voltando sua atenção pra blusa em suas mãos e vestindo-a num segundo. Por um momento eu quis responder que preferia estar de roupas íntimas, desde que ele também estivesse.
- Sim, muito – respondi enfatizando a última palavra, abafando a onda de calor que subitamente percorreu meu corpo e tentando ignorar o fato de que meu vestido cheirava maravilhosamente bem devido ao seu perfume e fazia questão de me lembrar disso cada vez que eu respirava.
- Ótimo – Arthur acrescentou com a mesma indiferença de antes, ficando de frente pra mim – Então vamos.
Franzi a testa quando ele caminhou na minha direção, bagunçando de leve os cabelos com as pontas dos dedos e novamente evitando meu olhar, e eu preferi não continuar olhando-o e acabar demonstrando minha súbita hipnose na expressão.
- Vamos? Pra onde? – questionei, enquanto ele passava por mim, aproximando perigosamente seu abdômen sarado de meu corpo.
- Eu vou te levar até a sua casa – ele respondeu, ainda daquele jeito duro, como se o que ele dizia fosse totalmente óbvio - Pelo que sua mãe me explicou, você mora um pouco longe daqui, então eu pensei que uma carona de carro seria útil.
Arregalei meus olhos, sentindo minha garganta secar. Ele tinha falado com a minha mãe? Como? Quando? Onde?
- Antes que você comece com as suas perguntas, sim, eu falei com ela – ele leu minha mente, parecendo impaciente ao ver o choque em minha expressão – Não ia deixá-la preocupada com o seu paradeiro, ela não parava de ligar pro seu celular e eu resolvi atender. Mas fique tranqüila, eu expliquei tudo o que aconteceu e ela acreditou na minha versão da história. Ficou bem mais calma sabendo que você está em boas mãos.
Continuei encarando-o, sem saber o que pensar. Que versão da história seria aquela que faria minha mãe se acalmar diante de meu sumiço? Se antes eu estava confusa, agora meus neurônios pareciam ter dado vários nós cegos entre si. Arthur Aguiar falando com a minha mãe… Dói só de tentar imaginar uma cena tão estranha. E desde quando as mãos dele eram boas mãos? Minha mãe realmente não tinha noção dos horrores que dizia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário