quarta-feira, 30 de novembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 5 / Parte 3 :

- Eu sempre achei que camisas sociais masculinas ficam muito melhores nas mulheres - Mica sorriu, deitado no sofá, ao me ver surgir do corredor usando uma de suas camisas brancas que me cobriam até metade da coxa - Agora eu tenho certeza. 
- Pára de me deixar sem graça senão eu te molho - ameacei, chacoalhando meu cabelo molhado enquanto me aproximava e fazendo-o se proteger com os braços, rindo. 
- Também te amo, minha pequena invocada - ele brincou, me puxando pela mão coberta pela manga desproporcional da camisa que eu usava e me derrubando sobre ele. Um cheiro ótimo de sabonete invadiu meus pulmões, e não tive como não sorrir ao retribuir seu beijo. 
- Não vai parar mesmo? - murmurei, mantendo nossos rostos próximos mesmo depois de partir o beijo e apontando meu dedo indicador pra ele - Olha que eu mordo, hein. 
Mica soltou uma risada maliciosa, ficando ainda mais sensual do que de costume, e sussurrou: 
- É, eu sei. 
- Mica! - exclamei, envergonhada, afundando meu rosto em seu pescoço enquanto ele ria mais alto. 
- Tá bom, agora eu parei - ele falou, me abraçando com força, e rindo mais um pouco antes de continuar a falar - Falando em morder, tá com fome? 
Assenti, ainda sem olhar pra ele. O cheiro daquele pescoço estava uma coisa irresistível, fato. E ficava melhor ainda quando eu me lembrava de minhas mãos deslizando por seus ombros, ensaboadas, há alguns minutos atrás enquanto tomávamos banho. 
- É, eu logo imaginei - ele disse, assentindo de leve - Então o que você acha de irmos lá na cozinha ver o que eu fiz pra gente? 
Olhei pra ele, pasma, e recebi um sorrisinho sapeca. Me levantei depressa, e corri até a cozinha, sendo acompanhada por ele. E quase voei naquele pescocinho maravilhoso quando vi o que estava sobre a mesa da cozinha. 
- Não acredito! - exclamei, com um sorriso enorme no rosto - Macarronada! 
- Você gosta? - Mica sorriu, todo fofinho, quando me virei pra ele, quase lacrimejando de emoção. 
- Se eu gosto? - repeti, rindo - Eu adoro macarronada! Como você fez isso tão rápido? Quer dizer, eu não demorei nem dez minutos! 
- Vinte e sete minutos, eu acabei contando sem querer - ele respondeu, cruzando os braços e encostando um de seus ombros na parede da porta - Tudo isso pra se arrumar e desembaraçar o cabelo que provavelmente fui eu quem bagunçou. 
Eufórica, não consegui responder nada, apenas mordi meu lábio inferior e continuei olhando-o sorrir pra mim de um jeito esperto. 
- Bem que eu estranhei você não ter aparecido lá no quarto - murmurei, sem conseguir parar de sorrir, e ele se aproximou de mim com a maior cara de criança serelepe - Você tem que parar de me surpreender assim, sabia? Não é só porque eu sou novinha que agüento esses trancos. 
- Quem não vai agüentar mais um minuto sem devorar aquele macarrão ali sou eu - Mica sorriu, colocando as mãos em meus quadris - Antes de começar a agradecer, quero ver se você aprova meus dotes culinários. 
Soltei uma risada baixa, e fiquei na ponta dos pés pra lhe dar um selinho rápido antes de ir me sentar numa das cadeiras. Mica fez o mesmo, e me serviu, enchendo seu prato logo depois. Peguei o garfo, inalando o cheiro ótimo que vinha do meu prato, e o enrosquei no macarrão, sentindo um olhar meio apreensivo dele sobre mim. 
- Hm, vamos ver se já pode casar - brinquei, lançando um rápido olhar pra ele antes de colocar o garfo na boca. 
Nos vários dias em que tive que preparar meu próprio almoço em casa porque mamãe estava trabalhando, eu costumava fazer macarrão, porque eu achava que era mais prático e gostoso. Eu considerava meu macarrão uma obra prima, me sentia o máximo por conseguir fazer um molho tão bom, mas tinha acabado de descobrir que não era tão boa cozinheira assim.Mica conseguia ser melhor. 
Bem melhor. 
- E aí? - ele perguntou, com o garfo pairando sobre seu prato ainda intocado e um sorriso nervoso. 
- Ainda bem que você não cozinha pra viver - respondi quando terminei de mastigar, com uma expressão séria, e vi pânico nos olhos dele - Porque se cozinhasse, eu já teria virado uma coisa gorda e celulitosa de tanto comer seu macarrão. 
- É agora que eu jogo todo esse macarrão na sua cabeça ou deixo pra mais tarde? - Mica sorriu, parecendo transtornado e aliviado ao mesmo tempo, enquanto eu ria. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário