quarta-feira, 30 de novembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 3 / Parte 4:

- Oi, professor – sorri de volta, tentando parecer menos promíscua do que eu realmente era quando o cara em questão era ele. 
- Tem um minutinho? – Mica murmurou, com um sorriso perfeito no rosto. Ele devia entrar no Guinness Book como o sorriso mais charmoso do mundo, dica. Assenti, olhando pros lados pra ver se alguém estava vindo, mas o corredor estava realmente deserto. 
Mica me puxou pela mão até a sala vazia, e fechou a porta atrás de nós. Quando ele se virou pra mim e me encarou, tudo que eu pensava em dizer simplesmente sumiu. Eu sempre ficava meio retardada quando ele me olhava, ainda mais agora que seu olhar parecia muito mais íntimo do que das outras vezes. 
- Eu te chamei aqui porque queria conversar sobre ontem – ele falou, se aproximando com as mãos nos bolsos da calça jeans larga e uma expressão misteriosa – Mas eu mudei de idéia. 
Me assustei com o que ele disse. Mudou de idéia? O que ele quis dizer com aquilo? Eu beijava tão mal pra fazê-lo desistir de mim em um dia? 
- C-como assim? – gaguejei, numa tentativa desesperada de disfarçar meu pânico. Totalmente em vão, claro, meu pavor tava na cara. 
O sr. Borges não disse nada, apenas continuou se aproximando cada vez mais. Quando ele já estava bastante próximo, envolveu meu rosto com suas mãos, e parou com o corpo bem pertinho do meu. Se ele não estivesse segurando meu rosto, acho que teria desmaiado assim que seu perfume encheu meus pulmões. 
- Eu descobri que te beijar é muito melhor que qualquer conversa – ele murmurou, abrindo um sorriso lindo, e tudo que tive tempo de fazer foi também sorrir, aliviada, antes de sentir seus lábios nos meus. Deslizei minhas mãos pelos ombros dele, gravando cada toque na minha memória pra jamais esquecer, e o abracei pelo pescoço, puxando-o pra mais perto. Mica embrenhou uma mão em meus cabelos e escorregou a outra até meu quadril, fazendo qualquer espaço que ainda houvesse entre nós sumir. Nossas línguas se acariciavam numa sintonia perfeita, como se já fôssemos íntimos há muito tempo, fazendo meu corpo inteiro formigar. 
Aquele sem dúvida foi o melhor beijo da minha vida, com o homem mais perfeito do mundo. Ele conseguia ser firme e delicado ao mesmo tempo, me segurando perto dele e me provocando sensações novas com o mais sutil dos toques, como nunca ninguém havia conseguido. Fomos intensificando cada vez mais o beijo a cada segundo, até meus lábios ficarem dormentes e meu fôlego acabar. Mesmo ofegante, continuei beijando-o com a mesma avidez, sem querer desgrudar dele nunca mais. 
Mica me abraçou pela cintura e me levantou do chão. Acho que ele fazia isso porque eu era relativamente baixinha perto dele, e quando ele me levantava as coisas ficavam mais fáceis pro seu lado. Sem pensar direito, envolvi sua cintura com minhas pernas, e ele pareceu gostar da idéia. Cambaleando um pouco enquanto eu bagunçava seu cabelo, ele me sentou sobre a mesa onde os professores colocavam seu material, me fazendo ficar da sua altura. 
Tirei minhas pernas de sua cintura, mas logo senti suas mãos apertarem minhas coxas num pedido mudo pra que eu as colocasse de volta. Fiz o que ele pediu, ficando perigosamente sem ar, mas sem ligar pra uma besteira como oxigênio numa hora daquelas. Mica segurava minha cintura com força, me prensando contra seu tronco sem ousar romper o beijo. Acho que todo aquele desejo reprimido durante três anos estava se revelando ali, e não era só da minha parte. 
Sem conseguir mais resistir, passei discretamente minhas mãos por debaixo da barra de seu suéter, tocando a pele quente de sua barriga. Seus músculos se contraíam a cada toque, assim como os meus reagiram aos toques dele em meus quadris por debaixo do uniforme. Como se procurasse fôlego naquele beijo, ele me puxou pra mais perto ainda, e eu fiz o mesmo com minhas pernas, sentindo um volume assustador mais embaixo. Olha só, o homem que já era perfeito tinha acabado de me mostrar a única qualidade que faltava comprovar. 
Senti as mãos de Mica descerem um pouco, alcançando os bolsos de trás da minha calça jeans. Nem liguei, afinal quem tinha começado com a mão boba fui eu. Mas assim que ele fez menção de colocar as mãos por dentro dos bolsos, Mica partiu o beijo e ficou me olhando com os olhos levemente arregalados, num misto de surpresa e medo. Ficamos alguns segundos em silêncio, paralisados, enquanto eu apenas o observava, totalmente confusa. 
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