Um calafrio percorreu minha espinha ao ouvir suas palavras, proferidas com tamanha firmeza que era como se eu fosse obrigada a segui-las. Tudo que eu queria era fechar os olhos e fazer com que ele sumisse assim que os abrisse novamente, mas ao invés disso, minhas íris foram atraídas, como que magneticamente, até onde as dele estavam, me observando intensamente. Ou melhor, desejosamente. Foi impossível não sentir o equilíbrio prejudicar-se, o ar faltar, a estabilidade de meus joelhos reduzir… Impossível não me deixar afetar por sua presença. Indo contra meus instintos, deixei que minhas pálpebras tapassem minha visão por completo, permitindo-me pensar e falar com mais clareza, sem os olhos dele me influenciando.
- Cale a boca – rosnei, agora com a voz um pouco mais firme – Saia daqui, eu não quero mais você perto de mim. Pensei ter deixado bastante claro da última vez que nos falamos.
Pude ouvi-lo suspirar pesadamente, e nem precisei me esforçar para saber que os traços de seu rosto carregavam uma certa impaciência.
- Pensou errado – ele retrucou com a voz levemente irritada, dando um último passo à frente e fazendo com que sua respiração agora batesse em meu rosto, o que por um momento me causou vertigens - Já devia saber que não desisto tão facilmente.
As palmas de suas mãos pousaram sobre meus ombros nus suavemente, acariciando-os e fazendo com que a região parecesse arder em chamas sob sua pele. Ele seguiu caminho por meu colo, dedilhando-o com delicadeza, e notei que sua respiração pareceu acelerar de leve. Eu já não me sentia tão certa quanto a não querê-lo mais; seu toque despertava o desejo mais monstruoso e temido que existia em mim. Meus olhos ainda estavam fechados, evitando que os vários tons castanhos de suas íris me enfeitiçassem, mas era inevitável tentar resistir. Somente quando seu dedo indicador escorregou sorrateiramente por entre meus seios, e estava prestes a derrubar a toalha que me cobria com um simples puxão, fui tomada de assalto pela razão.
- Chega! – exclamei, arfando, e afastei firmemente seu pulso com minhas mãos – Vá embora!
Sua respiração denunciou que ele havia soltado um risinho baixo, atingindo meu rosto numa lufada mais forte que o normal. Eu insistia em não olhá-lo, temendo que ele me fizesse ceder de alguma forma se eu o encarasse. Meu estômago revirava em agonia, e eu esperava sinceramente que meus batimentos cardíacos não estivessem altos o suficiente para parecerem uma banda de Olodum bem no meio do quarto. A região de meu colo devia estar levemente avermelhada devido ao calor que se concentrava especificamente naquele local, e a culpa era toda dele.
- Chega você de resistir – ele sussurrou, aproximando seu rosto de meu ouvido para dizer o resto – Não adianta nadar contra a correnteza… Acha que nunca tentei? Acha que estaria aqui se tivesse funcionado? Seja forte!, uma voz pedia em minha mente, estrangulada. Resista!
- Não acredito em você – arfei, com a voz um pouco mais alta que um sopro, ainda recusando-me a encará-lo – Pare de gastar seu tempo comigo e vá embora.
- A questão é que eu simplesmente adoro gastar meu tempo com você – Arthur murmurou com a voz sinuosa, sem mover um músculo, e a maneira como suas palavras foram pronunciadas me permitiu visualizar com precisão o sorriso malicioso que provavelmente adornava seu rosto – Poderia passar a vida toda te provocando, te atiçando, só pra ver o até onde vai seu autocontrole.
- Idiota! – grunhi, sentindo a irritação crescer dentro de mim – Eu não sou um simples brinquedinho com o qual você pode fazer o que quiser!
Senti Arthur paralisar por alguns segundos, e manteve-se calado por tempo suficiente para que eu tivesse que encará-lo, por mais arriscado que isso fosse. Sua expressão era levemente séria, e seus olhos não hesitaram em olhar fundo nos meus de um jeito quase frio.
- Eu nunca pensei isso de você, Roberta – sua voz murmurou, agora grave, demonstrando o triplo de seriedade que seu olhar transmitia.
- Desculpe, o que você disse? Acho que entendi errado, aliás, só posso ter entendido errado! - falei, com a voz um pouco mais alta que o aconselhável pelo ultraje de suas palavras, e um sorriso sarcástico, inconformado diante de tamanha mentira, surgiu em meu rosto – Faça-me o favor, Arthur! Suas mentiras costumavam ser um pouco mais convincentes!
- Eu não estou mentindo – ele negou, sem se deixar alterar por meu comportamento – Você me entendeu errado sim, e não foi só hoje.
- Ah, é? – quase gritei, extremamente sarcástica, sentindo minha raiva aumentar cada vez mais diante de suas negativas ridículas – Então já que estou entendendo errado, me explique,professor! Como posso entender direito?
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- Cale a boca – rosnei, agora com a voz um pouco mais firme – Saia daqui, eu não quero mais você perto de mim. Pensei ter deixado bastante claro da última vez que nos falamos.
Pude ouvi-lo suspirar pesadamente, e nem precisei me esforçar para saber que os traços de seu rosto carregavam uma certa impaciência.
- Pensou errado – ele retrucou com a voz levemente irritada, dando um último passo à frente e fazendo com que sua respiração agora batesse em meu rosto, o que por um momento me causou vertigens - Já devia saber que não desisto tão facilmente.
As palmas de suas mãos pousaram sobre meus ombros nus suavemente, acariciando-os e fazendo com que a região parecesse arder em chamas sob sua pele. Ele seguiu caminho por meu colo, dedilhando-o com delicadeza, e notei que sua respiração pareceu acelerar de leve. Eu já não me sentia tão certa quanto a não querê-lo mais; seu toque despertava o desejo mais monstruoso e temido que existia em mim. Meus olhos ainda estavam fechados, evitando que os vários tons castanhos de suas íris me enfeitiçassem, mas era inevitável tentar resistir. Somente quando seu dedo indicador escorregou sorrateiramente por entre meus seios, e estava prestes a derrubar a toalha que me cobria com um simples puxão, fui tomada de assalto pela razão.
- Chega! – exclamei, arfando, e afastei firmemente seu pulso com minhas mãos – Vá embora!
Sua respiração denunciou que ele havia soltado um risinho baixo, atingindo meu rosto numa lufada mais forte que o normal. Eu insistia em não olhá-lo, temendo que ele me fizesse ceder de alguma forma se eu o encarasse. Meu estômago revirava em agonia, e eu esperava sinceramente que meus batimentos cardíacos não estivessem altos o suficiente para parecerem uma banda de Olodum bem no meio do quarto. A região de meu colo devia estar levemente avermelhada devido ao calor que se concentrava especificamente naquele local, e a culpa era toda dele.
- Chega você de resistir – ele sussurrou, aproximando seu rosto de meu ouvido para dizer o resto – Não adianta nadar contra a correnteza… Acha que nunca tentei? Acha que estaria aqui se tivesse funcionado? Seja forte!, uma voz pedia em minha mente, estrangulada. Resista!
- Não acredito em você – arfei, com a voz um pouco mais alta que um sopro, ainda recusando-me a encará-lo – Pare de gastar seu tempo comigo e vá embora.
- A questão é que eu simplesmente adoro gastar meu tempo com você – Arthur murmurou com a voz sinuosa, sem mover um músculo, e a maneira como suas palavras foram pronunciadas me permitiu visualizar com precisão o sorriso malicioso que provavelmente adornava seu rosto – Poderia passar a vida toda te provocando, te atiçando, só pra ver o até onde vai seu autocontrole.
- Idiota! – grunhi, sentindo a irritação crescer dentro de mim – Eu não sou um simples brinquedinho com o qual você pode fazer o que quiser!
Senti Arthur paralisar por alguns segundos, e manteve-se calado por tempo suficiente para que eu tivesse que encará-lo, por mais arriscado que isso fosse. Sua expressão era levemente séria, e seus olhos não hesitaram em olhar fundo nos meus de um jeito quase frio.
- Eu nunca pensei isso de você, Roberta – sua voz murmurou, agora grave, demonstrando o triplo de seriedade que seu olhar transmitia.
- Desculpe, o que você disse? Acho que entendi errado, aliás, só posso ter entendido errado! - falei, com a voz um pouco mais alta que o aconselhável pelo ultraje de suas palavras, e um sorriso sarcástico, inconformado diante de tamanha mentira, surgiu em meu rosto – Faça-me o favor, Arthur! Suas mentiras costumavam ser um pouco mais convincentes!
- Eu não estou mentindo – ele negou, sem se deixar alterar por meu comportamento – Você me entendeu errado sim, e não foi só hoje.
- Ah, é? – quase gritei, extremamente sarcástica, sentindo minha raiva aumentar cada vez mais diante de suas negativas ridículas – Então já que estou entendendo errado, me explique,professor! Como posso entender direito?
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