segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

WEB LuAr - Capítulo 23 / Parte 11 :

- Cadê ela? – rosnei, baixo o suficiente para ninguém escutar, e quando estava prestes a começar uma segunda ronda, ouvi uma voz pronunciar meu nome. 
- Ei, Aguiar! – algumas meninas do terceiro ano chamaram, e quando me virei em sua direção, vi que elas carregavam expressões confusas – Você viu a Maria por aí? 
Meus olhos se arregalaram após aquela pergunta, demonstrando meu pânico. 
Eu tinha me esquecido completamente de buscar Maria. 
Merda! Merda, merda, merda! 
- Não – respondi, tentando manter a calma, e graças a Deus consegui recuperar minha concentração antes que as garotas percebessem minha falha – Ela… Ela deve estar… Por aí. 
- Nós a procuramos por toda parte, e nada – uma delas disse, agravando sua expressão desconfiada – Bom, se a vir, peça a ela para nos procurar, pode ser? 
- Pode deixar – assenti, disfarçando minha afobação para que elas fossem embora, e assim que se distanciaram, caminhei avidamente até a saída do colégio. Àquela hora, Maria deveria estar me xingando de todos os nomes feios que conhecia, e eu aposto que conhecia muitos. Não que eu ligasse para isso, pelo contrário, enfurecê-la era algo que eu gostava de fazer, mas do jeito que era vingativa, seria capaz de qualquer coisa para me ver pagar pela gafe de tê-la esquecido em pleno baile de primavera, ainda mais em seu último ano no colegial. E me ver metido em escândalos era a última coisa que eu queria no momento, já havia coisas demais em minha cabeça requerendo minha preocupação. 
Entrei apressadamente na Ferrari, e acelerei sem demora, a caminho da casa de Maria. Estava com a cabeça tão perdida em mil pensamentos diferentes que mal me lembrei de que, incluída no caminho da escola para a mansão dos Smithers, havia uma rua que me despertava muita curiosidade depois que descobri um interessante fato sobre ela. 
Era ali que ficava a casa de Roberta. 
Fazia tanto tempo que eu não dirigia por aquele trajeto que mal me recordei desse fato tão relevante. Só me dei conta desse detalhe quando meus olhos se depararam com a casa familiar, poucos metros à minha frente. Quando estive ali pela primeira e até então única vez, após a última festa de Maria à qual tinha ido, terminei num poste, com minha BMW amassada feito sucata. Senti meus pulmões se contraírem de tensão devido às sensações que aquele lugar me trazia, e não consegui conter a vontade de frear bem em frente à casa, tentando não chamar muita atenção, é claro. 
Observei atentamente as janelas, buscando por alguma luz acesa, mas não encontrei nada, a não ser por um detalhe no mínimo curioso: os vidros de uma janela próxima à porta estavam abertos. Perigoso descuido, sem dúvida, apesar de aquele ser um bairro bastante famoso por seu baixo índice de criminalidade. Provavelmente, sua mãe ainda estava em algum cômodo e logo notaria a discreta abertura, por isso nem me preocupei em tomar qualquer atitude. 

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