sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 21 / Parte 2 :

- Sei sim, você é toda problemática – ela assentiu, ainda rindo um pouco, mas logo sua expressão se tornou séria e sua voz diminuiu de volume – Ih, falando em problema… 
Franzi a testa em sinal de dúvida, mas assim que percebi a fixação do olhar de Sophia em direção a algo atrás de mim, já soube do que se tratava. Nem me dei ao trabalho de virar para saber quem havia acabado de chegar. Três segundos depois, Arthur passou bem ao nosso lado, e seu perfume adentrou minhas narinas, assim como meus olhos se fixaram inconscientemente em seus cabelos bagunçados, sua nuca e… 
Puta merda, Aguiar. Precisava ter vindo de preto? Justo de preto? Por que ele tinha que jogar tão na minha cara que tinha um corpo simplesmente perfeito? Argh, vai pro inferno, demônio.
- Problema? – gaguejei, desviando meus olhos involuntariamente grudados ao corpo de Arthur (mais especificamente, à sua bunda ressaltada pela calça um pouco justa) rapidamente e voltando a olhá-la com uma pontada de frustração e ressentimento – Não vejo problema nenhum. 
Sophia ergueu uma sobrancelha, cética, e minha firmeza vacilou um pouco. 
- Desde quando você atingiu esse ponto de autocontrole? – ela perguntou, e eu apenas revirei os olhos, fingindo desinteresse. 
- Não é autocontrole – respondi, balançando negativamente a cabeça e tomando todos os cuidados necessários para não olhar para Arthur, por mais que a porta da sala dos professores ficasse na mesma direção de Sophia e ele estivesse passando por ali naquele exato momento – É determinação. Eu amo Mica, e ele também me ama… Por que eu precisaria de mais alguém? 
- Não sei – ela deu de ombros, abandonando a expressão desconfiada e mudando para uma distraída – Sexo, talvez. 
- Sophia! – exclamei, empurrando-a de leve, e um sorrisinho safado surgiu em seu rosto, assim como minhas bochechas devem ter corado. 
- Ah,lua, fala sério… Sexo é ótimo e você sabe 
muito bem disso – ela riu baixo, apontando pra mim e fazendo cara de sabida – Não tente bancar a santinha, porque comigo não cola. 
Apesar de desaprovar seu comentário desnecessário (e seu alto teor de fatos reais), não consegui responder nada. Minha concentração se esvaiu novamente e meus olhos foram cruelmente arrancados de Sophia e conectados a Arthur, que agora fazia o caminho inverso ao anterior para entrar no prédio onde ficavam as salas. Conforme se aproximava da entrada do prédio, que por sinal era onde eu e Sophia estávamos paradas, sua expressão fechada se tornava cada vez mais nítida, e, infelizmente, mais bonita. Não que eu ligasse para isso, claro. 
Respirei fundo, afastando todo e qualquer pensamento indesejado de minha mente, e finalmente consegui rebater a brincadeira idiota de Sophia, alto o suficiente para que Arthur me ouvisse ao passar bem atrás dela. 
– Posso até não ser santa… Mas não sou um mero 
brinquedo. 

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