- Você já falou pra sua mãe que vai ficar “lá em casa” esse fim de semana, né? – Sophia perguntou, assim que o sinal tocou às 7 da manhã de sexta-feira.
Apenas assenti, sem saber se realmente estava pronta pra surpresa de Mica. A proximidade da descoberta fazia meu estômago revirar de curiosidade e tensão. Pelo menos eu não tive que me preocupar com a desculpa para sumir de casa por dois dias, já que a mãe de Sophia teria que viajar a trabalho justamente naquele fim de semana. Bastou usar um pouco de minha lábia e do beicinho de Sophia pra que mamãe me deixasse acompanhá-la durante aqueles dois dias solitários em sua casa. Coitadinhas de nós, só nos faltavam asinhas de anjo.
- Eu juro que não te entendo – Sophia bufou, subitamente parecendo irritada, e eu franzi a testa, sem entender – O homem da sua vida te prepara uma surpresa e tudo que você sabe fazer é ficar com essa cara deprimida o tempo todo! Parece que não tá feliz com a maravilha que tem nas mãos, credo!
- Me desculpe, Sophia, eu estou com sono – falei pausadamente num tom ironicamente calmo, enquanto subíamos os degraus da escola rumo às nossas classes – Não fiquei acordada quase a noite toda porque quis, sabe.
Tudo bem, eu confesso, existe um motivo além do sono atrasado, e que também está por trás dele. Quer dizer, Sophia não precisava ficar sabendo que eu andava sonhando demais com o professor Aguiar, certo? Ela nem sabia que eu tinha ido ao seu apartamento! Pra que sair contando tudo quando eu podia praticar meu controle emocional e mentir pra ela? Seria tão mais produtivo, e ainda me ajudaria muito em futuras omissões. Já passou da hora de começar a pensar também no futuro, e não só em aliviar os incômodos do presente.
- Você e esse seu sono me estressam – ela disse simplesmente, revirando os olhos assim que chegamos ao nosso andar – Vê se melhora essa cara, parece até que eu tô mais empolgada que você!
Soltei um risinho espontâneo, surpresa com a capacidade sensitiva de Sophia. Pra quem não sabia da pior parte, até que ela estava boa de chute.
As aulas antes do intervalo foram entediantes e superficiais. Não me lembro de absolutamente nada que os professores disseram, mas não parecia ser nada de importante. Pelo menos pra mim, não era nem um pouco importante no momento, isso eu posso afirmar.
- Roberta! – ouvi uma voz cochichar quando eu estava saindo (lê-se: me arrastando pra fora) da sala, como sempre, após todos já terem corrido para a liberdade limitada do pátio. Hesitei por um momento ao ouvir o chamado, e respirei fundo antes de me virar na direção da sala ao lado, de onde Mica me encarava com um sorriso sapeca.
- Vem cá, fujona – ele sussurrou, me pedindo pra entrar com um gesto de mão, e eu me esgueirei pra dentro da sala deserta junto dele. Mal Mica fechou a porta atrás de nós, suas mãos percorreram minha cintura e ele me abraçou, unindo nossos lábios num beijo carinhoso. Eu tinha que admitir, ficar com ele jamais perderia a graça. Bom, pelo menos não totalmente.
- Espero que esteja preparada pra sumir de casa nesse fim de semana – ele sorriu quando partiu o beijo, daquele seu jeito encantador, e eu me vi dando o sorriso mais largo e espontâneo dos último cinco dias. Eu preferia não incluir os sorrisos involuntários que surgiam em meu rosto quando me pegava pensando em Arthur nessa conta.
- O que você tá aprontando, hein? – perguntei, involuntariamente contagiada pela atmosfera gostosa que o rodeava constantemente, e ele balançou negativamente a cabeça.
- Logo você vai descobrir – foi só o que Mica disse, tocando a ponta de meu nariz com o dedo indicador e me dando um selinho em seguida – Por enquanto, tudo o que você precisa saber é que meu seqüestro começa hoje à tarde, algumas horas depois da escola, e só termina na segunda-feira.
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Apenas assenti, sem saber se realmente estava pronta pra surpresa de Mica. A proximidade da descoberta fazia meu estômago revirar de curiosidade e tensão. Pelo menos eu não tive que me preocupar com a desculpa para sumir de casa por dois dias, já que a mãe de Sophia teria que viajar a trabalho justamente naquele fim de semana. Bastou usar um pouco de minha lábia e do beicinho de Sophia pra que mamãe me deixasse acompanhá-la durante aqueles dois dias solitários em sua casa. Coitadinhas de nós, só nos faltavam asinhas de anjo.
- Eu juro que não te entendo – Sophia bufou, subitamente parecendo irritada, e eu franzi a testa, sem entender – O homem da sua vida te prepara uma surpresa e tudo que você sabe fazer é ficar com essa cara deprimida o tempo todo! Parece que não tá feliz com a maravilha que tem nas mãos, credo!
- Me desculpe, Sophia, eu estou com sono – falei pausadamente num tom ironicamente calmo, enquanto subíamos os degraus da escola rumo às nossas classes – Não fiquei acordada quase a noite toda porque quis, sabe.
Tudo bem, eu confesso, existe um motivo além do sono atrasado, e que também está por trás dele. Quer dizer, Sophia não precisava ficar sabendo que eu andava sonhando demais com o professor Aguiar, certo? Ela nem sabia que eu tinha ido ao seu apartamento! Pra que sair contando tudo quando eu podia praticar meu controle emocional e mentir pra ela? Seria tão mais produtivo, e ainda me ajudaria muito em futuras omissões. Já passou da hora de começar a pensar também no futuro, e não só em aliviar os incômodos do presente.
- Você e esse seu sono me estressam – ela disse simplesmente, revirando os olhos assim que chegamos ao nosso andar – Vê se melhora essa cara, parece até que eu tô mais empolgada que você!
Soltei um risinho espontâneo, surpresa com a capacidade sensitiva de Sophia. Pra quem não sabia da pior parte, até que ela estava boa de chute.
As aulas antes do intervalo foram entediantes e superficiais. Não me lembro de absolutamente nada que os professores disseram, mas não parecia ser nada de importante. Pelo menos pra mim, não era nem um pouco importante no momento, isso eu posso afirmar.
- Roberta! – ouvi uma voz cochichar quando eu estava saindo (lê-se: me arrastando pra fora) da sala, como sempre, após todos já terem corrido para a liberdade limitada do pátio. Hesitei por um momento ao ouvir o chamado, e respirei fundo antes de me virar na direção da sala ao lado, de onde Mica me encarava com um sorriso sapeca.
- Vem cá, fujona – ele sussurrou, me pedindo pra entrar com um gesto de mão, e eu me esgueirei pra dentro da sala deserta junto dele. Mal Mica fechou a porta atrás de nós, suas mãos percorreram minha cintura e ele me abraçou, unindo nossos lábios num beijo carinhoso. Eu tinha que admitir, ficar com ele jamais perderia a graça. Bom, pelo menos não totalmente.
- Espero que esteja preparada pra sumir de casa nesse fim de semana – ele sorriu quando partiu o beijo, daquele seu jeito encantador, e eu me vi dando o sorriso mais largo e espontâneo dos último cinco dias. Eu preferia não incluir os sorrisos involuntários que surgiam em meu rosto quando me pegava pensando em Arthur nessa conta.
- O que você tá aprontando, hein? – perguntei, involuntariamente contagiada pela atmosfera gostosa que o rodeava constantemente, e ele balançou negativamente a cabeça.
- Logo você vai descobrir – foi só o que Mica disse, tocando a ponta de meu nariz com o dedo indicador e me dando um selinho em seguida – Por enquanto, tudo o que você precisa saber é que meu seqüestro começa hoje à tarde, algumas horas depois da escola, e só termina na segunda-feira.
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