quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 14 / Parte final :


- Oi, mãe – atendi, segurando o celular no ombro enquanto corria pela sala recolhendo minhas roupas – Desculpa não ter te ligado, esqueci de avisar que já cheguei em casa. 
- Ah, tudo bem, era só pra avisar que a fila de espera está grande aqui, e eu ainda não fiz o exame… Que bom que você já está em casa, fico mais tranqüila. Ainda se sente mal? 
- Não, melhorei um pouco – menti, me sentindo a rainha da trapaça e terminando de fechar o zíper de minha calça – Tomei um comprimido pra dor de cabeça e vou tentar dormir. 
- Faça isso mesmo, querida, logo esse mal estar passa – ela sorriu, e eu mordi o lábio inferior, arrependida por enganá-la – Chegarei em casa o mais rápido possível. Te amo. 
- Eu também – murmurei, e desliguei logo em seguida. 
- Tudo certo? – ouvi Arthur perguntar, já vestido, surgindo do corredor, e eu assenti, vestindo rapidamente minha blusa, que era a única peça que faltava. Nunca me vesti tão rápido em toda a minha vida, me senti praticamente uma ninja. 
- Então vamos – ele disse, chamando o elevador, e eu parei ao seu lado, colocando a mochila de um jeito desajeitado por causa de minha tremedeira persistente. 
Durante a descida até a garagem, nenhum de nós disse uma palavra, nem sequer nos olhamos. Toda a intimidade de antes pareceu evaporar, sendo substituída pela frieza e vergonha. Ambos mostramos lados de nós mesmos que mal sabíamos que podíamos mostrar, e o medo da reação do outro era maior que qualquer coisa naquele momento. 
Caminhamos ainda em silêncio pela garagem, e quando ele estava prestes a apertar o botão do alarme de um dos três controles em seu chaveiro, eu escolhi como queria ir pra casa, sem nem pedir permissão. 
- Você disse que as pessoas se acostumam à velocidade com o passar do tempo – murmurei, sem muita coragem de olhá-lo, enquanto me sentava na moto – Eu gostaria de testar a sua teoria. 
Arthur piscou algumas vezes, sem entender, e logo depois deu um fraco sorriso desconfiado. Eu não devolvi seu sorriso, tensa demais pra me mexer, e ele não me contrariou. Sentou-se na moto à minha frente, me dando um capacete e colocando o outro, e antes de dar a partida, ele falou, num tom baixo: 
- Melhor se segurar. 
Respirei fundo, soltando pesadamente o ar logo depois, e o abracei apertado, pronta pra mais uma dose de seu perfume viciante, e mais uma jornada de curvas aterrorizantes pelas ruas. Mas eu não me importava com o perigo. Porque, de uns tempos pra cá, estar com Arthur era bastante seguro. Maravilhosamente seguro. 
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