segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 12 / Parte final :

Nossa falta de ar era tão gritante que já não ofegávamos mais, soltávamos espécies de grunhidos desesperados por oxigênio, e ele pareceu decidir que era hora de seguir adiante. Ótimo, porque eu também pensei a mesma coisa. Arthur afastou apressadamente seus lábios dos meus e começou a se desfazer do resto das roupas que ainda usava. Sem nem me dar ao trabalho de me levantar, fiz o mesmo, e em tempo recorde, já estávamos grudados de novo, sem nenhum tecido nos atrapalhando. 
Arthur me beijou por alguns segundos, insanamente descontrolado por me ver nua, mas logo deu um jeito de livrar seus lábios dos meus pra resolver um assunto importantíssimo: abrir a embalagem do preservativo que ele tinha tirado da carteira, guardada no bolso traseiro da calça. Enquanto eu agarrava a maior quantidade possível de cabelo dele, suspeitando até de que tinha arrancado alguns fios, e beijava seu pescoço cheiroso sem a menor vergonha, ele colocou a camisinha, provavelmente acostumado a fazer isso com garotas penduradas nele. Mas eu não me importava de estar sendo só mais uma dentre as várias alunas que ele já havia pegado, seria a primeira e última vez mesmo. Era apenas uma irresistível e momentânea atração física, e jamais passaria disso. 
Precauções tomadas, ele voltou a me beijar, faminto graças aos meus talentos para lidar com pescoços perfumados, e eu acariciei firmemente seus quadris, dedilhando suas “entradas” deliciosas. Escorreguei minhas mãos um pouco mais para baixo e para a parte de trás, e me surpreendi com o relevo que encontrei. Eu me lembrava de ter observado aquela bunda (sem querer!) antes, mas não imaginei que no quesito tato ela pudesse ser tão melhor. 
Arthur apertou minha cintura com firmeza, e sem nem me dar tempo de assimilar o que pretendia, ele me invadiu, me fazendo pensar por um momento que me rasgaria por dentro. A força com a qual ele investiu, somada ao efeito único que seu corpo tinha no meu e ao nítido tesão em sua expressão fechada, me causaram uma sensação que eu jamais tive com nenhum outro homem. A maneira como ele continuava investindo, incessantemente firme, enquanto soltava ruidosamente o ar em meu ouvido, me faziam retorcer os dedinhos dos pés e agarrar seus ombros como se eu dependesse daquela força pra viver. Meu corpo todo estava tenso, sobrecarregado de prazer, e ainda assim ansioso por mais. 
Ele dava leves selinhos na curva entre meu pescoço e meu ombro de vez em quando, provocando choques elétricos a cada vez que seus lábios tocavam minha pele. Qualquer contato entre nossos corpos provocava essa sensação, e agora eu podia afirmar que a eletricidade entre nós poderia abastecer uma cidade inteira. Nunca na minha vida eu pensei que fosse gostar tanto daquela maneira rude, quase dolorosa, mas agora eu podia entender por que algumas pessoas não conseguiam viver sem aquilo. Era sem dúvida a sensação mais viciante do mundo. 
Após alguns minutos me adaptando à coisa mais prazerosa que eu já tinha experimentado na vida, recuperei meus movimentos, e logo voltei a perder o controle sobre eles. Meus lábios grudaram em seu pescoço úmido de suor como se eu fosse uma sanguessuga, dando chupões que provavelmente deixariam marcas, e minhas mãos trêmulas contornavam seus ombros tensos e maravilhosos, isso quando não estavam percorrendo o resto de pele alcançável dele. É normal um cara suar morango com champanhe ou seria uma alucinação da minha cabeça? 
Quando já tinha perdido a conta de quantos orgasmos ele já tinha me causado, o cansaço começou a me dominar. Lutando contra a exaustão que teimava em querer interromper aquela sensação incrível que o corpo dele provocava em mim, joguei a cabeça pra trás, segurando seus cabelos entre meus dedos enquanto ele beijava intensamente meu pescoço e colo. Sem sucesso algum em me manter firme, voltei a deixar minha cabeça na posição normal após algum tempo, procurando os lábios dele na tentativa de afastar aquele cansaço mais do que inconveniente. Arthur conseguiu me reanimar com seu beijo provocante, até soltar um gemido rouco rente aos meus lábios e finalmente gozar, também esgotado. 
Abracei seu pescoço devagar, me sentindo um pouco tonta, e apoiei minha testa em seu ombro. Respirei por alguns segundos, de olhos fechados, tentando colocar um pouco de ar em meus pulmões, mas meus músculos ainda pareciam contraídos demais pra permitir isso. Senti as mãos de Arthur acariciarem minha cintura e minhas costas lentamente, e ele de leve depositou um selinho demorado e gostoso em meu pescoço. 
- Quando eu apenas imaginava como seria te ter, você já era meu vício – ele sussurrou, arrepiando meus cabelos da nuca com seu hálito quente – Agora que eu realmente te tenho… Não vou conseguir te tirar da cabeça. 
Abri os olhos com cuidado, e agradeci por não estar mais tonta. O oxigênio já fluía mais tranquilamente por minhas vias respiratórias, e meu corpo parecia mais relaxado. Ergui minha cabeça sem pressa até conseguir olhar pra ele, e sua expressão demonstrava um deslumbre retraído, intrigado. Era como se eu fosse algo ainda a ser desvendado, algo que ele não conseguia compreender. Apesar de meu rosto só demonstrar cansaço, Arthur também tinha um significado incompreensível pra mim, ainda mais depois de tudo aquilo. 
Fechei meus olhos novamente, sem agüentar encarar aquele brilho ofuscante no olhar dele por muito tempo. Meu coração precisaria de algum tempo pra se recuperar, e olhá-lo tão de perto nos olhos era suicídio. Respirei fundo, e quando estava prestes a abrir os olhos novamente, senti os lábios dele nos meus, daquele jeito que não me dava outra escolha a não ser corresponder. Não porque ele não me dava chance de escapar, mas porque meu corpo o correspondia sozinho, sem nem pedir autorização. Uma de suas mãos envolveu um lado de meu rosto, e a outra me abraçou pela cintura de um jeito reconfortante. 
Alguns segundos perdida naquele beijo e um turbilhão de memórias passaram pela minha cabeça. 
Mica. 
Por Deus, o que eu estava fazendo ali outra vez? 
- Pára, Aguiar – soprei, afastando-o com esforço pelo peito com a expressão vagamente alarmada – Eu tenho que ir. 
Arthur me encarou por pouco tempo, indo da confusão à resignação em poucos segundos. Me deixou levantar, dando as costas para mim enquanto caçava suas roupas, e eu não ousei olhá-lo outra vez, por mais que meus olhos teimosos estivessem diante do fato de que ele sem roupa era ainda mais atraente do que quando estava vestido. Fiz o mesmo que ele, me vestindo rapidamente e ainda cambaleando algumas vezes. Quando terminei, me virei em sua direção, mas ainda sem coragem de olhar diretamente em seus olhos. 
Arthur já estava com sua blusa grafite, sua calça jeans escura e seus tênis perfeitamente brancos. Com menos roupas pra vestir do que eu, ele já tinha tido tempo pra arrumar o cabelo, despreocupadamente bagunçado do jeito de sempre, enquanto eu ainda procurava um elástico nos bolsos de minha calça pra prender o meu. Com o calor que eu ainda sentia, quanto menos coisas me abafando, melhor. 
Quando meu cabelo já estava decentemente preso num rabo de cavalo alto, eu o encarei, mordendo meu lábio inferior um pouco dormente. Arthur estava com as mãos nos bolsos a poucos passos de mim, e seus olhos me instigavam a falar alguma coisa, mesmo que ele não tivesse emitido um som sequer. 
- Isso… Isso foi… Isso foi extremamente… Errado – gaguejei, abrindo e fechando a boca sem dizer nada por várias vezes entre as palavras – E não vai acontecer de novo. Definitivamente não. 
Ele continuou me encarando, sem expressão a não ser pela intensidade de seu olhar, e alguns segundos depois, um sorriso se formou em seus lábios avermelhados. Um sorriso convencido, nem um pouco preocupado com o ponto final taxativo que eu havia dado naquela situação. 
- Que progresso – ele murmurou, erguendo as sobrancelhas por um momento em tom de surpresa – Hoje você preferiu falar alguma coisa a sair correndo com cara de horror. Isso aumenta bastante minhas esperanças. 
Meu olhar estremeceu rapidamente quando ouvi sua voz carregada de prepotência. Por algum motivo, ele tinha certeza de que aquilo aconteceria novamente. E de alguma forma, eu não me sentia totalmente firme para contrariá-lo. Minhas pernas ainda não tinham parado de tremer, e as sensações que ele tinha me provocado estavam bem frescas em minha memória. 
- Você não ouviu o que eu disse? – perguntei, tentando evitar que minha voz falhasse, mas foi totalmente em vão – Não vai acontecer de novo. Eu odeio você. 
Dizer as últimas três palavras não foi tão convincente como costumava ser antes. Eu não sentia nenhum tipo de afeto por ele, mas odiar parecia não descrever exatamente o que ele representava pra mim. Era algo mais… Indescritível, talvez. 
- Claro que ouvi – Arthur respondeu, irônico, assentindo uma vez e erguendo uma sobrancelha de um jeito que o deixava ainda mais sensual – Pude ler essas mesmas palavras escritas na sua testa ontem, com a mesma firmeza impressionante. E olha só que coisa, você está aqui hoje. De novo. 
Engoli em seco, com a respiração levemente ofegante. As contradições dentro de mim estavam me deixando tonta novamente, mas eu me mantive firme, mesmo quando ele deu um passo na minha direção. Tudo bem, quando ele deu o segundo passo, eu comecei a ter leves vertigens, e só não caí quando ele resumiu a distância entre nós a poucos centímetros porque ele me sustentava, com seus dedos fortes ao redor de meus braços. Nossos olhares estavam magnetizados, conectados invisivelmente, e só se desviaram um do outro quando ele acariciou minha bochecha com a sua e murmurou em meu ouvido, com aquela voz irresistível: 
- Vou esperar ansiosamente pela sua próxima visita. 

Arthur se afastou novamente, com um sorriso de canto nos lábios, e assim que suas mãos me soltaram, pensei que fosse desmaiar. Mas após alguns segundos reunindo forças pra me manter de pé, fiz a única coisa que me ocorreu: saí correndo do laboratório, destrancando a porta com dificuldade, e quase caindo ao descer os degraus das escadas. 
Ele estava errado. Eu não voltaria mais. Eu nunca mais me permitiria voltar àquele laboratório, mesmo que meu corpo gritasse pelo dele. Mesmo que meu corpo implorasse pra ter o que só
ele conseguia me dar. 


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