terça-feira, 29 de novembro de 2011

WEB LuAr - Capítulo 2 / Parte final :

 
- Desculpa, eu vou fazer você se atrasar pra próxima aula – ele disse, alarmado, acordando do transe e parando de me segurar como se estivesse fazendo algo proibido (e se formos pensar bem, estava mesmo). 
- Tudo bem, eu não me importo – sorri, ainda abraçando-o pelo pescoço – Não acho que vá conseguir prestar atenção em alguma coisa hoje depois disso tudo. 
- Pelo menos você tem a opção de não prestar atenção – ele riu, com seus braços firmes ao redor da minha cintura – E eu, que tenho que estar sempre concentrado no que vou explicar? Tô ferrado hoje! 
- Imagina, o senhor sempre consegue explicar tudo direitinho – eu respondi, ainda sorrindo de um jeito besta ao observá-lo – E além do mais, o senhor deve estar acostumado com esse tipo de coisa. 
- Esse tipo de coisa? – ele repetiu, com um sorriso curioso no rosto – Você quer dizer que eu tô acostumado a beijar alunas? 
Fiquei séria, sem saber o que responder por alguns segundos, até acabar confessando: 
- E não é verdade? 
O sr. Borges fez uma cara surpresa e riu, jogando a cabeça pra trás. Eu já disse que adorava quando ele fazia isso? Pois é, descobri que essa risada conseguia ser ainda melhor quando meus braços estavam ao redor do pescoço dele. 
- Quem tá acostumado a esse tipo de coisa é o Aguiar – ele falou, fazendo cara de quem não aprovava muito esse comportamento, e na mesma hora minha expressão ficou séria – Que por sinal, já deve ter começado a aula sem você a uma hora dessas. 
Só de lembrar que Arthur Aguiar existia, meu estômago deu uma fisgada. Revirei os olhos, tentando parecer inconformada por ter que desfazer aquele abraço gostoso, e não assustada por pensar em estar a menos de 50 metros de distância do Aguiar. 
- Ei, escuta – ele sussurrou, me puxando pra trás da porta que ele mesmo tinha acabado de abrir – Vê se faz uma cara bem séria quando sair daqui, como se eu tivesse te dado uma bronca ou algo do tipo. Vai parecer que eu realmente conversei sobre algo sério com você quando seus amigos te virem. 
Gente, pega só o sr. Borges todo maroto! Que lindo, meu Deus, ele realmente conseguia se superar com aquele sorrisinho danado no rosto. 
- Pode deixar – sorri, tentando não voar nele e fincar minhas unhas naqueles ombrinhos divinos. 
- Eu te procuro amanhã pra gente… Conversar – ele murmurou, aumentando aquele sorriso daqueles que iluminavam o meu dia, e me deu um selinho demorado antes de me deixar sair do anfiteatro. Pra mais uma aula de sofrimento com o professor Aguiar, que hoje não conseguiria tirar meu bom humor por nada nesse mundo. 

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